segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Cap. 08


Arena de Tihr


      Ouvi dizer que alguns nobres gostam de participar ao lado dos plebeus para mostrar sua força e habilidade superiores, muito bem hoje é dia de mostrar a esses exibidos que pode sim ter alguém que pode se equiparar a eles, vi o quanto pedem nas apostas e parece que ninguém põe fé em mim, 13 para 1 não é uma boa perspectiva de inicio, mas confio que tenho algumas habilidades bem desenvolvidas para lidar com isso, está na hora de fazer o jogo deles então, "100 coroas em Erak Starfollower!", bradei com toda a minha autoridade, um grupo de veteranos riu de mim e ouvi aqui e ali que me fariam em pedaços em muito pouco tempo, não me abati, pois muitos deles nunca viram um combate real só vivem em prol de torneios, me dirigi ao corretor de apostas que me recebeu com um sorrisinho muito cinico, " Tem certeza que ja quer ir deixando as suas coroas comigo rapaz? Muito bem se assim que desejas, assim será e se por um acaso você for progredindo no torneio, pode ir aumentando o montante que estará a sua disposição se você for o campeão, inicialmente se você se classificar para a próxima fase já terá em caixa 1300 coroas". Com essa motivação extra, não foi dificil encontrar animo e entrar na arena.
      Para um rapaz de 25 anos, criado em uma fazenda, no interior de uma ilha, ver aquela agitação da torcida e entrar propriamente em uma arena, é um momento inesquecivel, mágico até, e muito, muito desconcertante, mas eu ja havia resolvido que seria consagrado vencedor deste torneio, e nada me desviaria de meu propósito, mas quando o mestre de cerimonias me chamou, senti uma fisgada na barriga do tipo que gela todo o corpo, fiquei com medo dessa reação, e muito mais medo quando o torneio começou. Foi uma gritaria, todos os participantes divididos em equipes correndo para cima uns dos outros e eu exatamente no ponto de encontro, não que eu seja uma pessoa medrosa, mas 31 pessoas correndo em sua direção com um olhar maniaco, é assustador, pode ter certeza disso,  me deram para essa rodada um machado de treino, igual ao de combate, com uma unica diferença, a lâmina é de madeira e não aço, machuca, deixa marcas mas não mata, deixa inconsciente, quando se esta em combate sempre deve-se levar em conta estratégias de combate, o terreno, levar uma vantagem sobre seus adversários,no torneio apenas deve-se lembrar de nocautear antes de ser nocauteado, quando o primeiro adiversario chegou em mim oude ver que era um soldado contratado, tamanha desenvoltura e agilidade só se alcançam com muitos e muitos anos de pratica, deixei minha mente em branco, não senti mais nenhum temor, apenas a necessidade de sobrevivencia tomou conta de mim, deixei os instintos fazerem o que quisessem comigo, esperei o soldado erguer a espada, e abaixar o escudo para atacar, dei uma pancada com a parte posterior do machado no abdome dele e com o escudo golpeei o mais forte que consegui com a pouca distancia que eu tinha, outro membro do time que eu estava o golpeou pelas costas fazendo-o cair por terra, fui em direção ao guerreiro mais  próximo, ele estava preocupado em se manter fora da linha de tiro de um arqueio, bem não se pode dizer que el não escapou do arqueiro, mas escapar de mim foi muito mais dificil,enquanto ele corria em zigue-zague, eu flanqueei e consegui desferir um golpe mais eficaz, na altura da nuca. Pude então correr para o arqueiro, já que era ele quem mais me preocupava, os arcos em longa distancia são armas maravilhosas mas de perto, não se tem mobilidade, por isso o arqueiro quando eu cheguei mais perto trocou o arco por uma adaga, ele não perdeu tempo afinal ja tinha visto o que eu tinha feito ao outro competidor, deu um pulo em minha direção com a adaga descendo assustadoramente rápida e certeira em meu pescoço, consegui levantar o escudo a tempo e desviar a lâmina, com o impacto ele caiu desengonçado me dando tempo de desferir um corte em diagonal no ombro dele, a pancada foi tão forte que eu senti os ossos dele quebrando sob meu machado.
      quando olhei ao redor somente eu e dois nobres estávamos de pé, amarelo, verde e vermelho, Jarl Faarn que ostentava a cor vermelha veio para cima de mim dando um show de destreza, pensei que se fosse para eu desmaiar que fosse então atacando, e não defendendo, corri para ele já fazendo menção de dar uma cortada lateral com o machado, um blefe, quando ele se posicionou para receber o golpe com o escudo a frente do corpo, ja premeditando como seria o contragolpe, eu larguei todo o meu peso no escudo, fazendo assim ele se desequilibrar e dar um passo para traz, eu não havia previsto, mas precisamente atraz de Jarl Faarn havia um guerreiro desmaiado, ele tropeçou no caido se estatelando no chão, me adiantei a qualquer reação e desferi um chute forte na cabeça dele, deixando ele ali desmaiado, Jalr Reamald, dono da cor amarela, um veterano com seus cinquenta e poucos anos, esperou até eu terminar com meu último adversário, para investir em minha direção, voltei a infancia naquele momento, quando eu era pequeno adorava pregar peças em todos os meus amigos e tinha a mania de sempre que alguem corria em minha direção eu fazer o mesmo e desviar no ultimo minuto deixando apenas a perna pelo caminho do meu adversário em questão, fiz o mesmo com o velho Jarl, não deu certo, ele entendeu minha artimanha e deu um salto no último instante, eu não esperava que ele notasse, mas já que a velha cobra viu, tive que fazer o impensado, quando em são consciencia algum combatente troca de armas no meio do combate? Bem eu fiz isso,  e deu certo afinal larguei tudo e corri para o mesmo lugar onde nocauteei o arqueiro, como sou mais novo e mais agil consegui chegar lá com tempo suficiente para um disparo, apenas um, puxei a flecha e a disparei com toda a minha força, rezando para que desse certo, a flecha foi parar no escudo dele, mas com toda a força que despachei o projétil, o escudo quebrou, o nobre se assustou com a força da flechada, tive tempo de juntar uma espada de duas mãos, com uma estocada consegui derrubar o Jarl, que não entendeu muito o que se passou.
CONTINUA

domingo, 17 de agosto de 2014

CAP 07


"Todas as pessoas aqui na cidade só falam de você rapaz, e acho que tenho exatamente aquilo que procuras."
"Bem senhor, estou a procura de trabalho para mim e meus homens."
"Vá a aldeia de Jelbegi, e fale com o ancião de lá, eles devem apreciar a presença de um guerreiro experimentado como você por lá."
     E foi assim que nós voltamos para a estrada, só que dessa vez, estávamos com o bolso cheio, passamos em Kwynn no caminho, e para minha surpresa, sabiam quem eu era e além de comprar alguns mantimentos, mais 3 jovens vieram até mim pedindo para me acompanhar em minhas empreitadas, logo o meu bando que era de sete guerreiros aumentou para dez.
      Estes por incrível que pareça já vieram com um armamento mais decente que meus veteranos no dia em que se uniram a mim, quando eu perguntei de onde eram aquelas armas, o mais jovem e animado deles me disse que eram a herança de familia, que o pai de cada um deles havia lutado ao lado do Rei Martin, hoje eles não passavam de anciões que não tinham mais força para brandir aquelas armas. Continuamos nossa jornada em direção a Tihr para que eu pudesse mandar um pombo até Rowan e avisar a ele que estava me tornando um bem sucedido capitão com meu próprio grupo de combate, quando se conhece um caminho, se tem a impressão de que o tempo passa mais depressa, quando me dei conta ja estavamos na encruzilhada que leva a vila de Haen, decidi ir até lá para ver se teria mais algum voluntário para se juntar a minha causa, afinal se deu certo em uma, porque não dar certo na outra.
      Fui bem recebido em Haen e depois de uma breve audiência com o ancião, fui conversar com alguns jovens que estavam sedentos por tentar a própria sorte em batalhas, foi uma conversa muito produtiva, em um quarto de hora conversando consegui mais cinco combatentes a minha causa, três deles já eram hábeis com o arco e flecha, pois alem de ajudar na agricultura do vilarejo ainda caçavam cervos na floresta adjacente a vila. Ainda me lembro das palavras do jovem Stugar, “não vejo a hora de rachar uns crânios com meu machado”. Realmente ele está empolgado, como já estava para chegar o inicio da noite o ancião convidou meus homens e eu para pernoitarmos na vila, e me contou sobre o torneio e banquete que estava sendo oferecido em Tihr, quando eu estava na taverna falei com um bardo que me disse que banquetes são ótimas formas de se conhecer donzelas e arrumar um bom casamento. A idéia de casamento não me atrai muito, mas flertar com uma jovem dama e a encontrar de tempos em tempos me soa muito agradável aos ouvidos.
      Não consigo pregar os olhos, toda a vez que tento dormir tenho aquele sonho insano, sempre vejo o casal sem rosto me arrastar para a escuridão e nada posso fazer, nada mais me resta nesta noite a não ser observar as estrelas e esperar a noite passar, nos meus devaneios acabei por decidir que irei participar do torneio, e sairei vencedor, segundo o ancião o torneio se inicia daqui a dois dias, terei tempo para descansar e mostrar a eles que posso muito bem entrar nesse banquete, mesmo usando essas minhas roupas que não passam de trapos.

CONTINUA

Cap 06

      Acordei assustado uma ou duas horas antes de sairmos da clareira dos saqueadores, tive um sonho estranho, sonhei com meus pais em um castelo sendo perseguidos por homens em roupas negras, eu era pequeno minha ama de leite, que eu não conseguia ver o rosto conseguiu me esconder na ala dos criados do castelo, quando nos encontraram e atacaram fomos salvos por um homem que nos ajudou a sair de lá, o mais estranho desse sonho é que o rosto dos meus salvadores eu não consigo ver.
      Depois de termos comido um singelo desjejum, partimos em direção a Sargoth, o caminho de volta foi tranquilo até demais, paramos para comer e os rapazes aproveitaram para treinar um pouco mais o manuseio das armas, isso é muito bom pois quanto mais treinados eles estiverem, melhor se portarão em combate. A estimativa que eu tenho é que chegaremos no fim da tarde em Sargoth, o primo de Fawlett estava tão contente em poder escapar do cativeiro que por cada caravana que passavamos ele ficava gritando aos sete ventos que eu era o responsável pela sua libertação, acho estranho isso porque o salvei não para que fosse chamado de herói, mas simplesmente porque era o correto a ser feito. Nunca aspirei ser herói.
      É engraçada a vida, quando cheguei a Sargoth na primeira vez todos aqui me evitavam, agora me olham com outros olhos, como se eu fosse o próprio rei perdido de Caraldia. Acho que ainda não contei essa história de Rei perdido, é um simples conto que fiquei sabendo pelos meus rapazes, o rei que foi deposto pelos atuais governantes tinha um filho, que nunca foi encontrado, ou seja o príncipe que virou Rei mas nunca voltou a sua terra natal para reivindicar o trono. 
      Continuando meu relato, fomos a Taverna encontrar o mercador Fawlett, ele cumpriu o prometido e me deu as 200 coroas restantes do trato, e depois de tomarmos uma ou cinco canecas de vinho, fiquei sabendo de uma conspiração do capitão da guarda da cidade, um homem respeitado mas que investiu todas as suas economias em algumas caravanas de veludo para Yalen, que foram saqueadas fazendo o honrado capitão da guarda se chamado de caloteiro na cidade, por isso ele começou a recrutar alguns bandidos para fazerem eventuais saques nos arredores da cidade, enquanto a guarda fazia vista grossa sobre os acontecidos o capitão fez uma certa fortuna com o dinheiro alheio no mercado negro. Fawlett estava com medo de sofrer uma represália do capitão, pois o bando que meus homens e eu desmantelamos era justamente o bando do capitão, ele me disse que estava com uma ofensiva preparada e que ja tinha identificado dentro dos muros da cidade os comparsas do capitão, e que fora avisado mais cedo que o capitão já estava ciente de que seu bando estava morto. 
      O mercador me perguntou entre um gole no vinho e outro se eu não guiaria o povo da cidade e alguns guardas de caravana juntamente com meus homens em um ataque ao capitão e o restante do bando que estavam de tocaia dentro da cidade, o vinho, vivas ao meu nome, e uma piscadinha de uma bela mulher verdadeiramente mudam a cabeça de um homem, pois com esses ingredientes acabei tomando a decisão de comandar o ataque dos citadinos contra o capitão e seus saqueadores.
      No alvorecer do dia estavamos todos ja em seus lugares demarcados, utilizamos Fawlett e seu primo como iscas, já que todo o ódio do capitão era direcionado para eles, em questão de minutos enquanto os mercadores ziguezaguearam por alguns metros se passando por bebados, o bando os cercou, eram uns dezoito homens e o seu comandante Ordenei que meus homens se adiantassem no ataque e os forçassem de encontro as muralhas, eu fui de encontro ao capitão, ele era um homem na casa dos quarenta e cinco anos, mas como todo militar os braços eram muito fortes em consequência dos anos brandindo a espada de duas mãos que ele habilmente trazia em riste na minha direção, enquanto eu estudava o capitão e ele a mim meus homens conseguiram suprimir os saqueadores, matando alguns e deixando outros inconscientes, o capitão foi quem deu o primeiro passo, com um grito de guerra ensurdecedor cortando da esquerda para a direita, criando uma moça em meu escudo, e de novo antes que eu pudesse me preparar para revidar, ele golpeou e golpeou ate que meu escudo não passasse de uma mistura desuniforme de madeira e aço, larguei o escudo e pensei que esse era o momento do meu fim, mas então como em um passe de mágica, quando o meu algoz se preparava para dar o golpe final, tive um relance de maestria superior a tudo que já tinha experimentado na vida.
      Parecia que o capitão se movia em uma outra velocidade e que eu tinha todo o tempo do mundo ao meu dispor, evitei o golpe dele com um rolamento em direção a lâmina dele, com esse movimento acabei por ganhar as costas dele, estoquei a parte de traz de seu joelho esquerdo que era a unica parte de sua armadura completa de placas que estava mais a mostra, mancando e sem poder colocar o peso na perna esquerda o capitão ficou muito mais lento, e eu pude golpear com um pouco mais de eficiência, optei por desarmar ele, mesmo lento aquela espada dele era um tanto quanto perigosa, acertei um golpe na junção do antebraço direito com o bíceps, o sangue começou a escorrer deixando a mão toda melada e o aço dos elos da manopla ficaram escorregadios, enquanto o capitão girava para conseguir me atacar nas costelas ele seja por descuido ou por causa da perda de sangue, deixou a perna que eu já tinha espetado desprotegida e ao alcance de um chute meu, não pensei duas vezes e coloquei todo o meu peso e minha força naquele chute certo de que se eu acertasse a pancada, aquela perna não sustentaria mais o peso dele. 
     Eu estava certo no exato momento de meu derradeiro golpe, o capitão caiu, deixando a espada longa escapar de seu alcance, achei melhor render o homem e deixa que a justiça do rei fizesse seu trabalho, afinal, não sou um assassino e se não fosse pela piscadinha da atendente da taverna eu não teria aceitado tal demanda, ou teria? Afinal se não foi atras de aventuras foi atras de que? Atravessei meio mundo de águas justamente para isso, acho que finalmente achei meu lugar.

CONTINUA

Cap.05


      A cidade de Vayejeg, fica nos arredores de uma floresta, que meus rapazes chamaram de Floresta de Grimsdell, entramos na floresta de arvores densas, uma vez mais lembrei dos ensinamentos de Rowan, e analizei o cenário, a floresta não dava espaço para eu manobrar o cavalo, resolvi que deviamos nos esgueirar e tentar surpreendelos, na vila fiquei sabendo que eram em dezoito homens o bando, sete nos liquidamos perto de Sargoth, faltam apenas onze para termos sucesso.
       O local do esconderijo era uma clareira mais ao centro da floresta, eles tinham se apossado de uma cabana de caçadores proxima a uma caverna, mandei Robert como um batedor, para obter mais detalhes de como eles estavam dispostos, "olha chefe, eles estão com tres homens em cada extremidade da entrada da clareira, dois estavam na cabana separando os despojos do ultimo saque e tres estavam com o primo do mercador, resolvi então optar por uma abordagem sorrateira, eu e mais tres homens por um lado, e os outros pelo outro lado ao mesmo tempo, eles realmente não esperavam esse ataque surpresa.
      Os vilões que estavam do lado que atacamos, cairam como folhas caem no outono das arvores, os do outro lado deram mais trabalho, mas cairam igualmente, o rapaz ao meu lado de nome Joffrey, estava com um arco de caça meio gasto me pediu permissão para derrubar os dois que estavam dentro da cabana, ele disse que era garantido que os dois na cabana não escapariam, ponderei por alguns segundos e liberei ele para fazer os disparos, realmente ele é muito bom, foram uma sucessão de disparos perfeita,em questão de segundos restavam apenas tres bandidos, estavamos em plena vantagem, os rapazes que estavam do outro lado desceram o aclive e fizeram uma algazarra, os tres valentões sairam bradando impropérios e outras coisas que nem é bom lembrar, estavam tão cegos com o subito ataque que não viram nós passando e tomando as costas deles, quando se deram conta estavam completamente cercados, os tres pareciam um podium de torneio, um mais alto e os outros dois menores, fazendo uma escada, o terceiro lugar, era amarelo seguramente um khergita, pequeno e esguio bradava um sabre ameaçador, o segundo lugar era um pouco mais alto do turbante que usava aparecia apenas os olhos, e ele tinha uma adaga e uma cimitarra.
      Primeiro lugar, era realmente ameaçador, uma cabeça mais alto que eu, e duas vezes mais largo, usava uma clava com pregos como arma, senti um calafrio quando o primeiro lugar me atacou, deu tempo apenas de bloquear a clava com o escudo, a força da pancada mais parecia que eu tinha sido atropelado por um ariete, quando eu me recuperei da lambada tentei contra-atacar com um uma arremetida no pulso do gigante, mas fui bloqueado pela manopla dele, quando ele atacou de novo eu ja esperava e pude usar a força dele contra ele mesmo, quando a clava atingiu o escudo eu a desloquei para o lado, e tive toda a lateral do safado a minha disposição, ao contrário da cimitarra e do sabre, a espada bastarda tanto serve para golpear quanto para estocar e foi exatamente isso que fiz, ele perdeu as forças e soltou a clava, quando segundo e terceiro lugar se deram conta que o grandalhão tinha caído, tentaram nos atacar mas com a superioridade de três para um eles foram subjugados com facilidade, falei para os rapazes olharem a cabana e verem se ainda tinha alguma coisa de valor lá enquanto eu ia falar com o primo do mercador.
      O primo do mercador era um jovem de aproximadamente uns doze anos, estava castigado pelo cárcere mas estava bem, pensou inicialmente que éramos outro bando que veio para tomar o lugar do último, quando expliquei ele desmaiou de tão aliviado que estava, será que essa raça de mercadores caraldianos são assim todos frescos? Achamos algumas armaduras e muitos pães e salsichas, o que foi muito bom para nossos estômagos cansados de comer repolhos, como ja era madrugada avançada quando terminamos de contabilizar e organizar nossos estoques de comida e armas, tanto para usarmos quanto para vender, resolvi que seria melhor irmos ao amanhecer.

CONTINUA


Cap.04

      Acordei na casa do mercador, pedi a ele que me contasse de novo o que aconteceu com seu primo, algumas horas depois e sabendo da traição do capitão da guarda, resolvi aceitar o pedido de ajuda dele, e tentar salvar seu primo, ele me deu 200 coroas e me prometeu mais duzentas quando o primo estivesse a salvo com ele, resolvi sair pelas aldeias que ficam na proximidade de Sargoth a procura de voluntários para essa empreitada, comprei um mapa da região com o trovador da taverna, segui para Fenada.
      Meio dia de viagem, e ja estou nas cercanias da vila, eles parecem estar em serias dificuldades, as plantações estão arrasadas, e só vi uma ou outra cabeça de gado, chega a ser assustador, as pessoas quando me viram chegando, ficaram desconfiadas e não se aproximavam de mim nem a dez metros de distancia. No centro do vilarejo encontro o ancião da aldeia e alguns homens já prontos para defender sua aldeia dos invasores.
      Falei pra eles que não queria nada da aldeia e perguntei se nenhum homem ali gostaria de se tornar um valoroso soldado sob minhas ordens, o ancião, na casa dos 60 anos me disse "e por quem exatamente meus rapazes irão arriscar seus pescoços?" Me empertiguei na sela, respirei fundo e disse " Irão arriscar seus pescoços por Erak Starfollower." Dos mais de vinte homens ali na minha frente apenas seis rapazes com idade aproximada a minha se apresentaram, Eram fortes como só o campo é capas de deixar um homem, mas estavam precariamente armados, Bem era o melhor que eu tinha, combinei com eles um valor, eu particularmente gostaria de pagar a eles pela empreitada, mas eles queriam que fosse por semana de serviço, resolvi aceitar, mesmo porque preciso deles e eles estão em maior número.
      Voltei para Sargoth e fui com meus homens ao armeiro da cidade, paguei 100 coroas pelas armas deles e obtive mais informações do bando de saqueadores e como eu faria para encontra-los, depois de tudo acertado e sabendo de um pequeno grupo que ataca os comboios aqui perto, fomos ao seu encontro. Não foi dificil de encontra-los, nos disfarçamos de comerciantes, escondendo nossas armas e eles logo vieram até nós.
      Sete homens mal armados e inexperientes contra quatro homens acostumados a matar e pilhar sem escrúpulos, foi uma batalha memorável, falei para meus homens esperarem, ja que eram os saqueadores que queriam a luta que viessem antes, quando o primeiro dos safados se aproximou do menor dos meus rapazes, ordenei que investissem contra eles, o menor dos meus homens chama-se Rodrig, o danado é rápido com aquela adaga que ele cismou em trazer do armeiro, ele perfurou o vilão por debaixo da axila desviando dos golpes enquanto o irmão dele, dava um chute frontal no peito dele, eu fui em cima do que parecia ser o comandante, segundo o que Rowan me disse anos atrás quando me ensinou a lutar que em qualquer compania, quando o chefe cai o restante fica perdido em campo, realmente o velho mais uma vez está certo, como eu estava a cavalo atropelei dois deles e golpeie de cima para baixo, O bastão que ele usava se partiu em dois e eu rachei o cranio dele ele caiu como uma geleia, os comparsas dele quando ouviram o grito dele paralisaram e olharam para trás, dando tempo suficiente para serem abatidos pelos meus rapazes, apenas um ficou para que pudéssemos interroga-lo.
      Ele implorou por sua vida, me disse tudo o que eu precisava saber, onde os bastardos se escondiam, com essas informações fomos diretamente ao covil deles com a moral lá em cima, liberei a meus homens que saqueassem os vencidos, eles encontraram algumas armas e escudos melhores e assim bem equipados, motivados pela vitória fomos caçar os sequestradores em seu esconderijo perto de Vayejeg.

CONTINUA





Cap. 03

Cidade de Tihr


      Nossa dormi muito, e quando acordo me deparo com uma carta do velho, dizendo que foi até Jelkala, para arrumar um trabalho lá nas torres em construção, e uma lista de afazeres para mim, poxa ele ainda acha que eu tenho apenas 10 anos... Fui falar com o tal de mestre da guilda, no caminho me deparei com algumas cenas inusitadas, as pessoas aqui entre elas são cordiais e aceptivas mas para mim que sou estrangeiro eles nem olham direito em meu rosto, o tanta preparação para nada, por enquanto aqui em Tihr não tem nenhum trabalho a vista, recebi uma indicação de um ancião que na cidade do Rei Ragnar, Sargoth eu posso encontrar trabalho, fica a apenas um dia de cavalgada daqui, é para lá que vou, mas antes vou comprar uma espada e um cavalo, pelo que ouvi a estrada não esta assim tão calma ultimamente.

Estrada para Sargoth

      Eita, essa estrada é realmente mal cuidada, só pelo que eu ja vi tem uns saqueadores e piratas por todo canto, mas esse baio que comprei é agil e rapido e eles estão todos a pé, que não conseguiram me alcançar mais alguns quilometros e chego em Sargoth, vai ser de madrugada, espero que haja algum guarda nas muralhas que me deixe passar...
      Já estou vendo a cidade, o que é isso? Ela é enorme, acho que uma ou duas vezes maiores que Tihr, as muralhas externas devem ter uns quatro metros de altura, de pedra polida, por fora é praticamente impossivel de se escalar, estou mais impressionado com a constituição da guarda por aqui, apenas Housecarls, a elite dos soldados nórdicos, segundo o que Rowan me disse, esses Housecarls, são especialistas em combate com machados de guerra, e arremesso.

Sargoth

      Entrei na taverna Ganso Esfolado, tive que pagar dobrado para arrumar um lugar para ficar, 4 coroas para uma cama pulguenta e meio prato de sopa de carneiro, conheci uma mulher chamada Deshavi, de pele negra na casa dos trinta anos, ela disse que estava a procura de trabalho, parece que ela tem alguma habilidade com o arco longo que carrega. se eu tivesse mais do que as 12 coroas que ainda tenho e um trabalho decente com certeza a contrataria ela para me acompanhar.
      Está uma noite quente, vou caminhar pelas ruas da cidade, sempre é bom caminhar para planejar as próximas ações..
      "Fica parado ai, não mova nenhum musculo e me passa todo o teu dinheiro e esse alfinete que você tem ai na cintura", esse ladrãozinho de bananas acha que pode tomar tudo o que eu tenho assim com meia duzia de palavras, eu disse a ele que me atacasse, que eu mostraria o quanto um alfinete nas mãos certas são eficientes. Ele veio em uma disparada cortando com o machado de um gume da direita para a esquerda, consegui evitar que minha cabeça se separasse do meu corpo no ultimo instante, quando me abaxei, sou um combatente rápido e consegui revidar com um soco forte no queixo do vagabundo, desembainhei minha espada, e travei uma dança com ele, cortava da direita pra esquerda, de cima para baixo de todos os angulos com força e precisão, machados são ótimas armas mas em um combate contra uma espada ele quase não tem defesa, e por isso consegui retalhar seu ombro direito deixando o braço bom de atacar dele pendido para baixo. 
      Logo após isso e claro devem ter sido acordados pelo barulho e gritaria apareceram um sargento da guarda da cidade e um mercador, que identificou o bandido como um dos homens que sequestraram seu primo, ele foi preso e eu fui parar na casa do mercador cujo nome era Fawlett, que me contou a história do sequestro do primo, sinceramente não prestei atenção em nada, apenas fiquei lamentando as quatro coroas que desperdicei na taverna.

CONTINUA

Esta é uma obra fictícia, baseada em minhas aventuras no jogo "Mount and Blade Warband." 


Entre Sangue e Honra


Cap 01


Cidade de Praven - Caraldia - Ano 1253 de nosso Senhor
Sala de Conferencia do Conde Harlaus.

- Senhores, somos os seis Condes mais poderosos de Caraldia, nosso território é enorme podemos dividir ele em cinco partes iguais e reinarmos soberanos por muitos anos, a única coisa que nos impede é a familia real, coisa que facilmente com nossa posição podemos nos livrar.
- Harlaus, meu velho companheiro, essa sua conversa não esta tomando um rumo muito agradavel, você sabe e os senhores aqui também que não nutro nenhuma relação de afeto pelo rei, mas nos livrarmos deles? O que tem em mente?
- Hakim, deixe-me lhe explicar o que já planejei com Ragnar. Se unirmos todos os nossos cinco exercitos em um só, podemos fazer um ataque fulminante sobre Suno e acabar com a familia real.
- Um plano rápido e eficiente, realmente tem a assinatura de vocês dois Harlaus e Ragnar, mas e os outros nobres? o que faremos com eles, muitos ainda são leais ao Rei Martin.
- Para isso Yaroglek, eu tenho uma resposta simples e facil, a lealdade é só uma mercadoria, coloque a mão em seu bolso e pague a eles, dê um castelo com uma boa vista do campo ou uma aldeia e você terá tudo deles, são apenas cordeiros no nosso jogo de lobos.
- Graveth, você nunca exita em pagar para obter as coisas?
- Khan, grande Conde de Halmar, não, realmente não me importo, ainda mais se for um investimento..
- Ragnar, Khan, Yaroglek, Graveth e Hakim, estão de acordo com o plano?
- Sim.
- Sim.
- Sim.
- Sim.
- Sim.

---fim do 1º capitulo---


Cap. 02

Porto de Tihr - Ano de 1275 - 22 anos após a desunificação de Caraldia.


      Ah Caraldia, mesmo dividida ainda é linda, esperei muito tempo para vir para cá e estabelecer raízes nesta terras, tia Rose me disse que era perigoso eu vir para cá,ainda não entendo o porque... E menos ainda porque o velho Rowan veio comigo, o que eu posso fazer de bom com o velho engenheiro por perto?
      Não que a companhia dele seja desagradavel mas é estranho... Rowan na verdade nem se parece com um engenheiro, alto, robusto, sempre sorrindo e cantando, até parece um bardo, mas muito habilidoso com uma espada nas mãos, de voz grave e firme, parece um capitão de tanto que manda e desmanda.
     "Ei, moloque vadio.. Venha até aqui e ajude um velho a carregar suas tralhas", esse velho, sempre inventando moda, moleque onde já se viu, será que não passa pela cabeça dura e velha dele que já tenho 25 anos? Não sou mais um moleque, bem ao contrário sou um homem feito já e espero que o velho me respeite.
      Rowan você ja esteve aqui?
     "Caraldia meu menino, quem nunca esteve?"Oras faz piada da minha cara e sai andando, e bem eu nunca estive..
      A cidade de Tihr é bonita, Rowan diz que estamos em época de colheita nos campos e o comercio aqui é forte de grãos e tecidos finos como o veludo, arrumamos um quarto na estalagem da cidade um lugar simples, mas que tem um ótimo ensopado de galinha com um vinho, e barato afina só me custou duas coroas, sentamos em um canto escuro, mas daqui da para ver toda a taverna, Rowan diz que aqui no reino nórdico as mulheres são frias na conversa e quentes na cama, estou olhando uma bela garota ali, mas o cara do lado dela não desgruda, acho bom terminar meu vinho e ir dormir já que amanha tenho que procurar o prefeito da cidade ou como Rowan me ensinou o Mestre da guilda, nome estranho para um prefeito, mas tudo bem já que aqui sou forasteiro mesmo.

CONTINUA